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terça-feira, 12 de março de 2013

A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO: SITIANTE, VIOLEIRO, DANÇARINO E CANTADOR DE CATERETÊ



A HISTÓRIA DE ANTÔNIO: MEU AVÔ PATERNO JOSÉ ANTÔNIO: SITIANTE, VIOLEIRO, DANÇARINO E CANTOR DE CATERETÊ


ANTÔNIO DE SOUSA COSTA

 
 
 
 
 

Meu avô paterno José Antônio de Souza Moreira já tinha ouvido falar na Zona da Mata, Minas Gerais, que era terra nova, terra boa para dar mantimento. Depois da briga com o cunhado, meu avô José Antônio resolveu se mudar de Laranjal para outro lugar. Como tinha um primo por nome Antônio de Souza Moreira, que tinha comprado uma Fazenda no município de Carangola, em Minas Gerais, meu avô foi até à fazenda do primo Antônio e, lá, conversando com o primo, foi informado de um Sítio que estava à venda. Meu avô foi ver o Sítio, agradou-se, e fez negócio com o dono. Esse Sítio fazia divisa com a Fazenda Cachoeira dos Pereiras, na época já dividida com os herdeiros do João Argolão, e era exatamente a parte da Fazenda que tocara por herança para um tio de minha mãe por nome Sebastião Pereira, um dos filhos do pioneiro João Pereira da Cunha, o Barba de Argolão.

 

Meu avô José Antônio voltou a Laranjal, despediu-se de sua mãe Severina e de seus irmãos, e veio para o Divino de Carangola, aonde tinha comprado o Sítio. Meu avô chegou ao Divino de Carangola, vindo de Laranjal, com vovó Chiquinha e seis filhos, sendo três homens e três mulheres. Nome dos homens: José (meu pai), João e Camilo. Nome das mulheres: Maria, Ana e Floripes. Ainda não tinha casado nenhum deles.

 

Sendo meu avô violeiro famoso, em pouco tempo estava conhecido por toda a vizinhança de sua nova residência. Meu avô José Antônio de Souza Moreira tocava e cantava moda de viola, e dançava o batuque cateretê, aprendido com os escravos quando criança, e era chamado pelos moradores da região para tocar viola, e cantar e batucar. Como ele conhecia bem o ponto da viola, não tinha receio de encontrar-se com outros violeiros, e, quando se encontravam, era aquela disputa, cada qual queria mostrar mais o que sabia.

2 comentários:

  1. Linda história, Neuza!
    “Parece estranho, mas o fato é que memórias são também objetos que acumulamos. Estão guardados em nosso tesouro.” (Rubem Alves)
    http://jefhcardoso.blogspot.com lhe convida e espera para ler e comentar “O último choro”, a despedida de Chorão. Abraço.

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  2. Jeferson, sou Alexandre, filho da Neuza, e venho trazer uma notícia triste: ela faleceu em 22/04, por causa de uma parada cardíaca. Entretanto, ao ver seus e-mails, encontrei um rascunho que deveria ser dirigido a você. Logo abaixo, eu o transcrevi integralmente.
    Abraços!
    Alexandre
    ------------------------
    Jeferson,

    Quero muito lhe agradecer por ter acessado o meu bloguinho e por estar apreciando os trechos da história de meu pai Antônio (espero que você acompanhe o desenrolar da História de Antônio). Ele escreveu a história de nossa família mineira em 1985. Em 1990, com a idade de 80 anos, ele faleceu, e me legou esta maravilhosa herança que, agora, aos pedacinhos, estou dividindo com os meus amigos internautas. O mais importante desta história, Jeferson: meu pai só tinha três anos de escola primária da roça, mas escrevia com pouquíssimos erros de português (uma vez ou outra, a palavra hospital sem o h, por exemplo, e vírgulas mal colocadas; no mais, um espontâneo narrador, possuidor de uma incrível memória familiar). Esta é a parte mais bonita!

    Contando com suas próximas visitas ao meu blog, renovo meus agradecimentos.

    Sobre o seu blog: apreciei muito a sua sensibilidade ao escrever sobre a morte do cantor Chorão. Parabéns pelos seus escritos e parabéns por ter uma esposa que o apóia. Conte com minhas próximas visitas ao seu blog.

    Um grande abraço!
    Neuza

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