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segunda-feira, 25 de junho de 2012

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1956 - NO SONHO DE DOM LANCELOTE A CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA-CAMELOTE


A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1956 - NO SONHO DE DOM LANCELOTE A CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA-CAMELOTE

NEUZA MACHADO






E a Lua Cheia Reinando
No Anno 56
Do Sec’lo do Venerando
Sonhador de Novas Leis.

A Lua do Sonhador
Da Gran Tribuna-Holofote...
Do Futuro Construtor
De Brasília-Camelote...

E a Presidência Passando
Para as Mãos de um Superfino,
Com Amplas Metas Sonhando:
O Gran Jaião Juscelino.

E a História Agora Começa
Em 31 de Janeiro,
Com Governança Tripeça:
Além do Vice, o Escudeiro.

No Anno 56,
Em 31 de Janeiro,
Iniciou-se o “Já Podeis”
De Um Brasil Bell-Altaneiro.

Assumiu a Presidência
Um Gran Mineiro Afamado,
Com a Ajuda da “Eminência”
E do Goulart Mui Amado,

(Amado Pelo Inocente
do Salário Creditado!),
Ao Presidente, Um Presente:
Os Muitos Votos Contados

E Oferecidos ao Gran Vice
Do Coligado Acertado,
Coligação Sem Sandice,
Visando o Triunfo Almejado.

Na Contra-Dança das Elites
De Candidatos ao Trono,
Três Oponentes, Conduítes
A Lutar Por Desabono.

Se Um Ganhasse a Eleição,
Desabonava o Pobrim,
E o Salário-Escravidão,
Seria Salário-Chinfrim.

Assim, o Povo Sofrido
Votou no Vice-Afilhado,
Aquelle Que Foi Elegido
Pra Secundar o Aclamado.

E o Governo Começou
Para Sempre Ser Lembrado
Quomodo Realizador
De Um Sonho Muito Almejado:

(Um Sonho Vei-Projectado
Por José Bonifácio d’Andrade,
O Patriarca Aclamado
Na Prima Brasilidade.

O Gran Brasileiro Que Escorou
A Decisão do Regente,
Pois na Independência Actuou
Quomodo Jaião Influente.

O “Da Silva”, o Que Primeiro
Inaugurou o SobreNome,
Sem Saber que no Terceiro
Sec’lo, o Seu Grande Nome,

O SobreNome Pioneiro,
Seria a Marca Legal
De Um Outro Mui Brasileiro,
– O Herói Deste Sancto Graal –,

O que Tirou o Neo-Povão
De Um Massudo Atoleiro:
O Gran Lula, Bom Irmão!,
O Nosso Silva Brasileiro).

Mas, Naquelle Tempo de Então,
O Juscelino Afamado,
Com a Ajuda do Gran Jaião
Pl’o Divo Marte Guiado,

E Com a Certa Colaboração
Do Jango, do Apadrinhado,
Iniciou a Construção
Do Grande Alcácer Sonhado.

(Sonhado em Primeira Mão
Pelo “Da Silva” Primeiro
O José da Gran Mansão
No Gran Terral Brasileiro,

O Bonifácio Selecto,
O de Rara Sagacidade,
O que apresentou Um Projecto
Para Uma Nova Cidade,

Que se Chamaria Brasília,
Já Naquella Veira Idade,
Projecto de Vei-Vigília
De Um “Da Silva”, Gran Deidade,

Diferente do Nosso Silva,
No Mundo Inteiro Aclamado,
Mas, Co’o SobreNome “Da Silva”
Per a Escolzim Rejeitado.

Um “Da Silva” Mal-Amado
Pela Elite Brasileira,
Enquanto que o do Passado,
O da Independência Primeira,

É Ainda Reverenciado
Quomodo Jaião de Verniz,
Pelo Elitizado, Envidado
Com o “Da Silva”, Luís.

E Era Um 23, Com Xairel,
Do Dezanove Ilustrado,
E Quem Mandava no Céu,
Naquelle Anno Estrellado,

Era a Lua de Mel
Do Sonho Mui Bem Sonhado,
Projectando no Papel,
Por Certo, Bem Registrado,

A Brasília-Camelote
Do Bell Projecto Sonhado
Pelo José de Gran Porte,
O “Da Silva” Batizado.

Mas Um Outro Jaião Sonhou,
O Mesmo Sonho Almejado:
Um Sancto Que Por Cá Chegou
No DezaNove Ilustrado,

No Dezanove, 83,
O Dom Bosco, Sacerdote,
Num Sonho Muito Cortês
Viu Brasília-Camelote.

Mas o Sonho Santificado
Merece Grande Vigor
Para Ser Mui Bem Trovado
Em “Demanda Multicor”.

E o Versejar do Gran Sonhado
Pelo Sancto do Sonhão,
Só Será Apresentado
Na Próxima Capitulação).

A Dicta História Começa
Em 31 de Janeiro,
Com Governança Tripeça:
Além do Vice, o Escudeiro.

No Anno 56,
Em 31 de Janeiro,
Iniciou-se o “Já Podeis”
De Um Brasil Bell-Altaneiro.

Assumiu a Presidência
Um Gran Mineiro Afamado,
Com a Ajuda da “Eminência”
E do Goulart Mui Amado.

Mas a Eleição Não Mudou
A Vida do Gran Povão,
O Brasil se Transformou
Beneficiando o Patrão.

E o Pobrim Continuou
No Trabalho-Escravidão,
E o Mais-Pobrim se Finou
Sem Ter Sequer Um Tostão.

A Glória do Laureado
Ficou Marcada na História,
Não se Olha o Outro Lado
Da Gran Pobreza Sem-Glória.

Mas o Gran Continuado
Do Presidente Eleito,
O Juscelino Endeusado,
Seguirá Com Gran Respeito.

E o Viver Espectrado
Dos Subnutridos de Então,
Será Enfim Revelado
Na Próxima Capitulação.

domingo, 17 de junho de 2012

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1955 - MERCÚRIO ENFIM SE AFASTANDO E A LUA SE APROXIMANDO

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1955 - MERCÚRIO ENFIM SE AFASTANDO E A LUA SE APROXIMANDO

NEUZA MACHADO






Mercúrio Enfim Terminando
A Sua Passagem no Céu...
O Anno já Estava Acabando...
E a Lua já Vinha Com Mel...

A Lua Cheia Actuando
No Anno 56
Do Sec’lo do Venerando
Sonhador de Novas Leis.

A Lua do Sonhador
Da Gran Tribuna-Holofote...
A Lua do Construtor
De Brasília-Camelote...

E no Perpassar da Querela
(um Tempo que Longe Vai),
O 55 da Barrela,
Sem Contenda-Samurai.

Na Ant’ Inépcia Geral,
Que Provocou o Barulho,
Só havia um General
Que Apoiava o Gran Getúlio.

Esse Posposto General,
Amigo do Muito Amado,
Era o Estillac Leal:
um Pró-Vargas Labelado.

Os Generais, Envidados
Com o Getúlio e Sua Cria
(Pois já bem Morto e Enterrado
E o Povo Não o Esquecia),

Ditaram a Conexão
Entre o Povinho e a Chefia,
Legalizando a Eleição
Ao Jeito de Democracia.

Os Tais Generais Divinais
Eram Jaiões-“Democratas”,
Os Seus Manifestos Legais
Resguardavam os Magnatas.

Em Meio à Elite Graúda
Eram Muuuito Populares,
Uma Democracia de Ajuda
Aos Chefões dos Mil Colares.

A Disputa na Arena Bructa
Entre Grupinhos Rivais,
Era Uma Grandiosa Luta
Entre Senhores Iguais.

Que Não Esqueça o Leitor
Que Na’ Ocasião Azada,
O Político era o Senhor
Que Conduzia a Manada.

Pois Era Eleição Comandada
Por Mandante Senhorzão,
O Pobre, da Vei-Jornada,
Pra Votar, Tinha Argolão,

Só Votava no Partido
Dos Donos da Situação,
O Pobrezim Sem-Vestido
Não Tinha Direito Não.

Mas, Rectomando o Narrado
Sobre o Dicto Querelão,
No Fim do Anno Azarado
Houve Sensata Eleição,

E o Juscelino, CoLigado
Com o Partido do Povão
(O PTB, Bem-Criado
Pelo Getúlio-Paizão),

Teve o Apoio do Afilhado
Do Getúlio Bom-Patrão,
Pois o Vice do CoLigado
Era o Jango, o Grande Irmão

Do Povim Descamisado
Que Amava o  Bom Gauchão
(O Povim Despreparado
Para Entender de Eleição).

E Num Grande Golpe Dado,
Golpe de Mestre-Lustrão,
O PSD Ajustado
Ao PTB do Povão,

Levou o J K, Afinado
Com o Estandarte do Gran Marte,
A Conquistar o Sem Lado
Com a Ajuda do João Goulart.

Enfim, Óh Meu Gran Leitor!,
Não foi Vitória Ruim,
O Candidat’Opositor
Era do Grupo-Caim.

Na Briga Entre os Grans Jaiões
Que Queriam Bell Reinar
Pra Mandar nos Sem-Tostões,
Foi Melhor o J K.

No Brasil, Tudo Mudou
Nos Cinco da Criação,
E o Juscelino Ficou
Quomo Governo-Impulsão.

Mas a Vitória Engendrada
Na Dicta CoLigação,
Colocou Argola Dourada
No Nariz do Vei-Povão.

Pois os Pobrinhos Melhores
(Os do Dicto Cem-Por-Cento),
Votaram nos Grandes Senhores
Que Comandavam o Momento,

Pensando que o Gran Brasil,
Pelas Mãos da Jaianzada,
Seria uma Pátria Gentil
Sem Miséria Consagrada.

E o Juscelino Lucrou
Na Tal Eleição Concorrida,
O Opositor Muito Suou,
Mas Não Ganhou a Partida.

O Nobre Henrique Ajustado
Re-Firmou o Gran Cartão
De 46, Já Passado,
Garantindo a Nomeação

Do Presidente, Aclamado
Quomodo Homem de Acção.
E o Gran Povim Foi Puxado
Mais Uma Vez No Guião...

E o Nereu Passou a Faixa
De Presidente Interino,
Com a Estima Já Muito Baixa
Por Ser Joguete do Destino:

Actuar no Gran Comando
Quomodo Um Pequenino,
Submisso ao Vero Mando
Do Marechal Neo-Divino,

A Resguardar a Cadeira
Para um Outro, Superfino,
O do Parolar de Primeira:
O Gran Jaião Juscelino.

Entretanto, Pouco Mudou
Na Vida do Gran Povão,
O Brasil se Transformou
Beneficiando o Patrão.

E o Pobrim Continuou
No Trabalho-Escravidão,
E o Mais-Pobrim se Finou
Sem Ter Sequer Um Tostão.

A Glória do Laureado
Ficou Marcada na História,
Não se Olha o Outro Lado
Da Gran Pobreza Sem-Glória.

E o Neo-Povinho Aceitando
Outra Guinada-Roldão,
Com Receio de um Nefando
Governo de Inquisição,

Sem Saber Que Dura Lida,
No Decênio Que Viria,
Já Estava Prometida,
No Orago da Chefia.

Mas o Gran Continuado
Do Presidente Eleito,
O Juscelino Endeusado,
Roga um Narrar de Respeito.

E o Viver Espectrado
Dos Subnutridos de Então,
Só Será Apresentado
Na Próxima Capitulação.

domingo, 10 de junho de 2012

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1955 - E O NOVEMBRO FOI PASSANDO EM MEIO À CRISE GERAL E O BRASILERIM FESTEJANDO O NÍVER DO MARECHAL


A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 1955 - E O NOVEMBRO FOI PASSANDO EM MEIO À CRISE GERAL E O BRASILEIRIM FESTEJANDO O NÍVER DO MARECHAL

NEUZA MACHADO
 





Enquanto o Terceiro sofria
no Governar Nacional,
o Nereu, da Guerra-Fria
em Prol de um Brasil Com Moral,

o Marechal se Benzia
em Igreja-Catedral,
pois, Em Meio a Primazia
de Mandante Oficial,

o Grande Jaião Vivia
o Chamado Inferno Astral
da Super’Astrologia
do Esoterismo Global.

Acontece que o Ministro
das Armadas Brasileiras,
Naquelle Momento Sinistro
de Ligações Encrenqueiras,

em Seu Horóscopo Anual
de um Viver Aventureiro,
tendo o Mercúrio Irreal
quomo Patrão-Mensageiro,

teve Festa de Aniversário
(no mesmo Mês do Embrulho
do Poder Adversário
contra a Herança do Getúlio),

em meio ao Instável Factal
d’Aquelle Novembro Grado
da Dicta Fase Infernal
no Mapa Muito Elevado

da Excelência Altaneira,
o Dicto Gran Marechal,
de Naturalidade Mineira,
provindo de Ancestral

de Procedência Estrangeira,
da Linhagem Maioral
dos Lotts Duffles Teixeira
de Bom Tracto Social.

E era um Mês de Novembro,
Em um Dia Dezasseis,
Do 94, Final
Do Dezanove, dos Reis,

pois n’um Anno Saturnino
– dicto: um, oito, nove e quatro –
nasceu o Robusto Menino
propenso ao Generalato.

Saturno Mandava no Céu
chamado de Brigadeiro,
Naquelle Anno Puro Mel
só para o Rico Mineiro.

Era um 16 de Novembro
do Tal Anno Assinalado,
e desde o Mês de Setembro
Saturno Estav’Agitado.

E no Poder Paralelo,
as Parcas do Bom Caminho
já Dobavam o Gran Novelo
da Vida do Menininho.

E Zeus-Júpiter Sobranceiro,
lá de seu Pódio Estelar,
disse ao Menino Mineiro:
“– Cresça!, e Vá Comandar!”

E o Menininho Cresceu,
e foi para a Escola Estudar,
muita Glória Mereceu
no Colégio Militar.

E Tendo Escórpio no Mapa,
e o Marte a Patrocinar,
Recebeu a Grande Capa
de Militar Modelar.

Graças ao Astral Boa Sorte,
foi Adido Mui Sem-Par
na Grande América do Norte,
a do Férreo Comandar.

Mas Rectornou ao Brasil,
Cuidando de Sua Carreira,
e em Meio a um Sec’lo Vil,
o Vinte, da Roubalheira,

viu-se Envolvido, de facto!,
no Politicar Guerreiro,
Assinando, em Grande Acto,
um Documento-Escudeiro,

um Documento Chamado
Programa dos Maiorais,
um Manifesto Assinado
por Ilustres Generais.

O Manifesto do Embrulho
era Contra o Gran Paizão,
pois os Pobres do Getúlio,
numa Melhor Condição,

com Aumento Cem-Por-Cento
no Salário-Escravidão,
seriam Precioso Fermento
se Houvesse Querelão.

As Disputas na Arena Bructa
entre Partidos Rivais,
se Processavam na Luta
de Como Subtrair Muito Mais.

Era Eleição Comandada
por Mandante Senhorzão,
o Pobre, da Vei-Jornada,
pra Votar, tinha Argolão,

só Votava no Partido
dos Donos da Situação,
o Pobrezim Sem-Vestido
Não Tinha Direito Não.

Mas Mercúrio Estava Armando
no Céu da Tal Brincadeira,
e o Anno já Estava Acabando...
E a Lua já Vinha Ligeira...

E o Marechal do Remembro
de um Nascimento de Antanho,
no 16 de Novembro
a Comemorar Compleaño.

E um Novembro Nada Brando
em Rápida Cruel Descida...
e o Marechal Festejando
Seus Muitos Annos de Vida...

E o Estado de Sítio Actuando
com Muita Movimentação,
e o Marechal no Comando
da Dura Regeneração...

E o Povinho Aceitando
a Guinada-Direcção,
com Receio de um Nefando
Governo de Inquisição,

sem Saber Que Dura Lida,
no Decênio Que Viria,
já Estava Prometida,
no Orago da Chefia.

Mas o Gran Continuado
do Presidente Eleito,
o Juscelino Endeusado,
Roga um Narrar de Respeito.

E a Parole da Eixecada
(a “Demanda-Novelão”),
só será apresentada
na Próxima Capitulação.